Arquivo por Autor | Nathalia Paccola

Educação afetiva, você sabe dar?

(Claudia Pedrozo)

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Olá, pessoas bonitas! Depois de uma breve hibernada estou de volta!

Nesta semana gostaria de conversar sobre um assunto “modernoso” (será?) na educação dos nossos filhos. Vamos falar um pouquinho sobre Educação Afetiva.

Segundo a psicóloga Marilda Lipp, Educação Afetiva “é um conjunto de práticas parentais que objetiva, acima de tudo a valorização do ser humano… (nela) os pais dão liberdade, mas sempre estão presentes para atuar, se for necessário”.

Em outras palavras é a forma como, no cotidiano da vida do adolescente, os pais reconhecem, valorizam e incentivam o florescimento do “lado bom” dos filhos, orientando-os de modo que possam fazer escolhas responsáveis e conscientes e, acima de tudo arcar com os resultados destas escolhas.

Pais que educam os filhos desta forma, não os protegem o tempo todo, não lhes dão tudo que querem, ao contrário, possuem a coragem de dizer “não”; deixam os filhos fazerem escolhas, orientando-os para possíveis consequências, estão vigilantes e alertas para o apoio necessário quando os filhos “erram” e valorização e estímulos quando acertam. Não se projetam nos filhos, não tentam suprir suas lacunas emocionais através da vida deles.

Se observarmos o mundo hoje, veremos que carecemos de educadores que promovam uma Educação Afetiva.

Na luta diária que é educar filhos, percebemos que ceder é geralmente a melhor estratégia, se você, pai/mãe, não quiser ganhar um chapéu pontudo preto, uma vassoura voadora e verrugas no nariz; você é vencido pela incansável capacidade que seu “reizinho mandão” tem de colocar o dedo na sua ferida, indo direto ao point da sua culpa. Ah, filhos são seres altamente sagazes, observadores, manipuladores e cruéis quando querem algo! E sabem muito bem como conquistar o que desejam… aprenderam isso com quem mesmo?

Diante da culpa, todo e qualquer pai/mãe menos avisado e emocionalmente mais instável cede e o resultado disso vemos aos montes na mídia, nas ruas, nos shoppings. Filhos de pais permissivos crescem e se tornam adultos ansiosos e com baixa tolerância à frustração, tornam-se depressivos, desenvolvem síndromes mil e são “pessoas metade” (aquelas que precisam receber provisão de segurança e reconhecimento constantemente e usam os outros para isso), altamente infelizes e sofrem e fazem sofrer.

ed2O contrário disso também é um problema! Pais altamente autoritários, com mania de perfeição, geram adultos que têm medo da própria sombra, são inseguros, ansiosos, depressivos, apáticos diante da vida, também desenvolvem síndromes mil, também são “metades”, que sofrem e fazem sofrer.

Como ser um “pai/mãe afetivo(a) e ajudar seu filho adolescente a ser um adulto mais ajustado, mais equilibrado? Esta é uma tarefa trabalhosa, mas possível.

No livro “Adolescentes e seus dilemas”, cuja organização esteve a cargo da psicóloga Marilda Lipp, ela nos dá algumas dicas:

1)       Entenda que a adolescência e toda sua montanha russa emocional um dia passarão. Embora hoje seus filhos pareçam rejeitar todos os valores familiares que você tenta lhe ensinar (pelos exemplos, mais que por palavras), passada a crise adolescente, eles serão incorporados e passarão a ser vivenciados;

2)       Cuide da sua saúde emocional para não correr o risco de transferir e cobrar de seu adolescente sonhos e atitudes que são suas e não dele. Observe também onde você está descarregando seu stress… Lembre-se, os filhos aprendem pela observação, mais que pela audição;

3)       Estabeleça o diálogo, ouvindo o que seu filho adolescente tem a dizer, mesmo que você não concorde. Ajude-o a olhar a situação por diferentes ângulos, dê a ele liberdade de escolha quando for possível. E não tenha medo de dizer não e impor limites quando for necessário. Faça isso sem julgamentos e condenações, estabeleça um juízo de razão, onde você faz um questionamento que promove a reflexão. Trabalhe em você a sua frustração de ser o “desmancha prazeres” e entenda que seu papel é o de educar e proteger, mesmo quando o filho diz não querer;

4)       Aja com segurança. Converse com você mesmo e entenda seus motivos. Converse com seu filho  e construa acordos e regras com a participação dele. E uma vez fechados os acordos, mantenha-os, independente das “alfinetadas” que você receberá na hora que precisar dizer “não”.

5)       Proteja seu filho e, embora pareça polêmico e invasivo, é sua função com o protetor e educador, supervisionar o uso da internet. Temos sido testemunhas do que este mundo maravilhoso e ao mesmo tempo cruel pode fazer com os desavisados. Prevenir os comportamentos é melhor que puní-los!

6)       Esteja inteiro no diálogo. Ouça com atenção, com respeito e cordialidade. Não julgue, não ofenda, não menospreze, não critique. Apresente argumentos que façam seu filho adolescente pensar nas questões sob outra ótica. Dê abertura, mesmo quando o ponto de vista dele o chocar, algumas vezes é só para testar você;

7)       Pratique as Terapias do Abraço e do Elogio. Não custam nada e agradam muuuuito!;

8)       Incentive seu filho adolescente a praticar esportes ou a ter outras atividades que o integrem a outros jovens. Mas não o force, respeite as escolhas dele.

9)       Conheça quem são os amigos de seu filho adolescente e se não tiverem valores morais iguais aos de sua família, ajude-o a repensar essa amizade;

10)    Mostre a seu filho adolescente o quanto a opinião dele é importante nas decisões familiares, isso fortalecerá o vínculo familiar e o fará sentir-se respeitado e integrado.

Em resumo, procure agir de acordo com a máxima cristã que nos ensina a tratar o outro como gostaríamos de ser tratados. Amor, atenção, proteção e respeito são quesitos fundamentais numa Educação Afetiva. Não custam caro, só dependem do seu querer.

Exercite isso! Seu filho e o mundo agradecerão, tenha certeza.

 

Esperar o amor é esperar demais?

(Nathalia Paccola)

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Esperar que o amor aconteça e traga com ele sensações novas, frenesi e a resolução de  todos os conflitos psíquicos é algo equivocado.

O amor não é inquietude. O amor é paz, serenidade, aconchego e segurança. Acontece que muitas pessoas esperam do amor as mesmas sensações experimentadas no início da relação amorosa, na paixão.

Flavio Gikovate que me perdoe mas a inspiração em suas palavras é que norteia esse meu texto. Sem dúvida compartilho da ideia de que apesar de intrinsecamente ligados, a paixão acaba quando o amor acontece.

O amor é aconchego, é estar em paz com essa outra pessoa que lhe dá bem estar. Uma amizade muito profunda, admiração intelectual e afinidades no sexo, isso é amor.

A paixão não. A paixão quando acontece tem em si dois sentimentos salutares: encantamento e medo. É um estado passageiro em que o pensamento do apaixonado é apenas o alvo da sua paixão, há uma sensação de conflito, aflição e o ser apaixonado vive tomado, o tempo todo, por essa sensação de uma eminente tragédia, dorme mal, come mal, preso à essa história como algo que rege a sua vida. A tensão de perder o ser por quem nutre essa paixão lhe faz tremer, esse é o seu medo.

Acontece que com o tempo o medo diminui, não o amor. E esse é o erro mais comum. As pessoas acham que porque não há mais esse conflito interno, essa forte emoção motivada pela paixão, o amor acaba.

Mas é aí que tem início o amor. Quando a sensação de paz, serenidade, aconchego, quando ela acontece, se está mais próximo do amor.

As pessoas que apreciam essas altas tensões, essas emoções fortes em relacionamentos, se envolvem em brigas e conflitos com o parceiro.

Na briga aparecerá a tensão do rompimento, a tristeza da perda, a dor da ruptura premente, novas emoções estão formadas. E depois há uma reconciliação e então cria-se toda a atmosfera de paixão novamente, para que cessado esse momento uma nova briga seja reinventada, para que o amor seja uma aventura emocionante.

Mas na verdade o amor não é intenso, o amor não é nada disso. O amor é um estado da alma, tranquilo, sereno, seguro. Do amor podemos esperar aconchego.

Um casal que gosta de aventuras deve se preparar para isso. A aventura não estará no relacionamento, mas sim no que fazem com o relacionamento – como diz Gikovate. Um casal aventureiro deve viajar, pular de asa delta, frequentar trilhas, ir à shows, fazer novas amizades, enfim movimentar a vida a dois.

O casal deve deixar que as aventuras, os conflitos e os desafios estejam reservados para a vida profissional de cada um. A atividade no trabalho envolve esse tipo de emoção, onde a pessoa pode vencer em um dia e perder no outro.

As relações amorosas podem ser comparadas com a tensão e a disputa que podem ocorrer nas relações de trabalho.  Assim como se comparado com o início do relacionamento, com as histórias da paixão, o amor pode parecer algo tedioso, meio devagar, meio pacato, acomodado, ou “chato” – como prefere chamar Gikovate. Até porque sexualmente o entusiasmo tende a diminuir, a intimidade vai ganhando campo, não é mais necessário tanto esforço para agradar, um já conhece o corpo do outro, na medida em que a relação se estabiliza o desejo diminui, pois não há o desafio da conquista e isso deve trazer uma sensação de paz.

Essa sensação de paz não deve ser entediante, porque o amor não é chato, e sim algumas pessoas são entediantes.

Pessoas entediantes, chatas, monótonas, são aquelas que não se reciclam, que não se relacionam, não estudam, não lêem, não escutam música. São aquelas que sempre têm um repertório próprio, adoram falar da vida dos outros pois a vida própria não tem nada para ser contado. São pessoas que freqüentam sempre os mesmos lugares, ouvem as mesmas musiquinhas e, obviamente, conviver com uma pessoa que não se reiventa, que não se recicla, que não se enfrenta, acaba transformando a relação em algo chato.

Mas o amor não é chato. Ele é paz, é harmonia, num clima ótimo onde existe o poder de se reabastecer de energia. É uma relação rica do ponto de vista intelectual, também é rica do ponto de vista sexual, apesar de não ter aquela intensidade dos primeiros tempos.

O amor é, principalmente, uma relação de troca, onde  os parceiros crescem e ao crescerem se tornam fortes, mais seguros e podem desenvolver melhor suas outras atividades da vida na qual se dedicam.

As pessoas devem esperar do amor aquilo que ele pode oferecer ao invés de esperar do amor aventuras mirabolantes, pois aí se decepcionam e passam a ter somente essas aventuras efêmeras, fúteis e superficiais.

Um pouco disso é culpa dos romances e das novelas, em que a tensão é curtida com o fatídico “foram felizes para sempre”. Essa paz e harmonia os filmes não mostram, as novelas desprezam. História de amor bem sucedido e feliz não dá ibope, não dá história alguma.

De volta à TV, ‘Sessão de Terapia’ leva seus conflitos à literatura

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“Sessão de Terapia”, produção nacional exibida pelo GNT, oferecerá aos fãs uma espécie de tratamento de choque nas próximas semanas.
A série estreia sua segunda temporada no dia 7, enquanto os episódios da primeira temporada saem em DVD. Além disso, chega às livrarias um romance inspirado no programa.
Por trás de todos esses projetos está Jaqueline Vargas, roteirista-chefe do seriado.
Vargas e Roberto d’Ávila, produtor do programa, foram procurados pela editora Arqueiro com a ideia de transformar a primeira temporada em livro. Eles tinham dois meses. “Parecia meio maluco, tínhamos mil páginas de roteiro. Mas a Jaqueline conseguiu”, diz D’Ávila.
“Sessão de Terapia” é uma franquia da série israelense “BeTipul”, escrita por Hagai Levi e repetida em diversos países como Itália, Argentina e Croácia, sendo a mais conhecida a americana, que tem o ator Gabriel Byrne no papel principal.
Os interessados em se relacionar com o terapeuta Theo Cecatto pela literatura encontrarão uma narrativa em primeira pessoa focada na interação do protagonista com a paciente Laura, vivida por Maria Fernanda Cândido na primeira temporada da série. “É bem voyeurístico”, define Vargas.
SESSÃO DE TERAPIA
AUTORA Jaqueline Vargas
EDITORA Arqueiro
QUANTO R$ 29,90 (280 págs.)
COMPRE AQUI: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42145773&sid=20518123915912310722933711

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Artista desenha personalidades com dislexia

A dislexia, um transtorno de aprendizagem marcado pela dificuldade de ler e escrever, geralmente identificada no processo de alfabetização, ainda acomete muitas crianças que sofrem com os transtornos em escolas pouco preparadas, antes de serem corretamente diagnosticadas.
Não é raro que essa criança se perceba mais “lenta” do que os colegas, o que lhe abala a autoestima e fortalece crenças negativas sobre a sua capacidade de aprender.

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O artista malaio Vince Low, diagnosticado com dislexia, teve muita dificuldade na escola mas encontrou na arte uma maneira de organizar informações caóticas – usando linhas aleatórias que lembram rabiscos, ele é capaz de desenhar rostos com realismo.

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Para questionar estigmas em torno do transtorno – como o de que problemas de aprendizagem são definitivos para o sucesso na vida adulta – ele criou a série “A dislexia não os deteve (Dislexia didn´t stop them): usando a técnica de linhas, desenhou as faces de personalidades que tiveram o distúrbio e escreveu uma mensagem de incentivo em cada retrato.

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Produzidos para uma campanha contra o preconceito da Associação de Dislexia da Malásia, os retratos (e também outras obras do artista) podem ser vistos no site de Low: http://www.behance.net/VinceLow

(fonte: Scientific American)