(Revista Ultimato, março e abril/2014)
Texto bíblico: Lucas, 10, 41
(Padre Jeferson Luis Leme)
Hoje, vivemos numa sociedade urgente, rápida e ansiosa. Paciência e tolerância a contrariedades estão se tornando artigos de luxo. Sem perceber, a sociedade moderna – consumista, rápida e estressante – alterou algo que deveria ser inviolável, o ritmo de construção de pensamento, gerando consequências seriíssimas para a saúde emocional, o prazer de viver, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais. Adoecemos coletivamente.
A ansiedade é a preocupação demasiada com as necessidades primárias e as secundárias, as necessidades básicas e as supérfluas, as necessidades reais e as imaginárias. Constante e prolongada, a ansiedade pode levar a pessoa a adquirir úlcera, colite, asma, doença do coração e outros distúrbios orgânicos. Mas quando não mistura os problemas de ontem com os problemas de hoje nem os problemas de hoje com os problemas de amanhã, a pessoa não ansiosa, então, em paz se deita e logo pega no sono.
A ansiedade tem alguns sintomas como: Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar); Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer; Preocupações exageradas com a saúde, dinheiro, família ou trabalho; Medo extremo de algum objeto ou situação em particular; Medo exagerado de ser humilhado publicamente; Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade; Pavor depois de uma situação muito difícil.
Com palavras ternas, Jesus tentou convencer a prestativa irmã de Maria e Lázaro de sua ansiedade: “Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! ” (Lc 10,41). No sermão da montanha, Jesus faz todo o esforço para acabar com a ansiedade, seja qual for a sua natureza e a sua intensidade. A receita é simples: “Não se preocupem! ”, “não se preocupem! ”. Não se preocupem com as coisas básicas, como comer, beber e vestir, e muito menos com todas as demais coisas.
A ansiedade só acaba com a contínua entrega de toda dificuldade, todo aborrecimento, todo imprevisto, toda decepção, todo desafio, toda dor nas mãos de Deus, por meio de orações precisas e corajosas. Quando a ansiedade começar a agitar o coração para levar a pessoa à confusão mental, e ao desespero emocional, a atitude correta, inteligente e simples é abrir-se completamente diante do Senhor, sem esconder dele coisa alguma. É necessário livrar-se do incômodo da ansiedade o mais depressa possíve